Desafiar os pais e figuras de autoridade, matar aula, mentir e ter comportamentos que vão contra as normas e regras sociais são comuns entre crianças e adolescentes. Contudo, até que ponto isso é normal e quando os pais devem pensar que tais comportamentos estão relacionados a um Transtorno de Conduta (TC)?
Segundo Dr. Caio Magno, psiquiatra e co-fundador da Estar Saúde Mental, a diferença entre a normalidade e a psicopatologia está na frequência destes comportamentos e na disfuncionalidade. “Antes de pensar que o filho tem algum transtorno, é preciso que os pais avaliem a recorrência e consequências destes problemas. O Transtorno de Conduta é caracterizado por um padrão de comportamento em que há violação dos direitos básicos dos outros, normas e regras sociais. Além da recorrência, há prejuízos importantes no funcionamento social, acadêmico e familiar”, explica Dr. Caio.
Em geral, adolescentes com TC costumam ser agressivos. “São aqueles que costumam se envolver em brigas, mentem, manipulam, infringem regras, destroem objetos, furtam e se opõem a uma figura de autoridade. Enfim, apresentam diversos comportamentos que buscam burlar o que aceitável socialmente para aquela idade, sem respeito à individualidade do próximo”, comenta o médico.
O Transtorno de Conduta costuma surgir em crianças e adolescentes que vivem em ambientes familiares problemáticos ou disfuncionais, ou que sofreram ou sofrem privação afetiva. “Quando há negligência, violência doméstica, uso de drogas ou alcoolismo, pais com problemas psiquiátricos, divórcio e pais que não conseguem impor limites e educar apropriadamente, o risco do desenvolvimento de comportamentos antissociais é maior”, explica Dr. Caio. O TC é um dos transtornos comportamentais mais comuns na infância e adolescência. Sua prevalência é de 6 a 16% para meninos e de 2 a 9% para meninas. Em adolescentes, essa diferença de gêneros diminui. Vale lembrar que o TC é um diagnóstico que se aplica apenas a crianças e adolescentes. No caso dos indivíduos com 18 anos ou mais, o fenômeno é tratado como transtorno de personalidade antissocial (TPAS).
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